24 June 2013

O triângulo, o círculo e o triângulo.

Portanto, o que é suposto escrevermos num blog? O que nos vai na mente? O que achamos que está certo ou errado? Ou apenas coisas que gostamos de fazer? Eu não sei, e, desde que me lembro que queria ter um blog (só para escrever coisas), continuo sem saber o que escrever. Apenas estou a fazer isto porque, numa nova fase de mudança da minha vida, achei que fosse uma experiência engraçada de fazer e de ver o resultado disto ao longo de algum tempo. Há pessoas que aparecem e nos mudam, fazendo-nos entrar nestas fases a que chamamos "mudanças". Nunca me tinha acontecido antes. Nunca tinha sentido necessidade de o fazer. Mas agora já não é bem assim. Agora sinto que tenho de crescer e encarar a vida e as pessoas que me rodeiam de maneira diferente. Muitas destas pessoas, que me são mais próximas, fazem parte desta mudança, sendo que esta apenas me diz respeito a mim, mas, apesar disso, não deixam de ser, de todo, uma força importante no decorrer deste processo. O primeiro passo a tomar penso que seja algo que já me foi dito várias vezes e que só agora me apercebi do quão benéfico isso pode ser: "Fazer mais. Falar menos." Desde que estou em Lisboa, acho que isso se tem entranhado cada vez mais no meu pensamento e me fez finalmente perceber o tempo que tenho desperdiçado para comigo e para os que estão comigo. Acho que isso foi o começo que tanto procurei para dar início a esta nova fase: a fase da mudança.
Neste momento, sei que ainda tenho muitos caminhos longos e difíceis a percorrer até estar completamente bem comigo próprio, mas, apesar disso, também já me mentalizei que já comecei a fazer o que deveria ter feito à muito tempo, em vez de andar a combater fantasmas na minha cabeça. Mais vale tarde do que nunca e, no final de contas, parece que só precisava mesmo de alguém que me desse um bom par de bofetadas e que me abrisse os olhos, para ver o mal que estava a fazer a mim próprio! Estas mudanças sou eu quem as tem que fazer, porque afinal, ninguém o pode fazer por mim. Ninguém sabe o melhor caminho para mim, senão eu próprio.
Por outro lado, estas pessoas também não têm vidas perfeitas. Também são pessoas, como eu. Por isso, eu sinto-me quase na obrigação de fazer por elas o que me ajudaram a fazer a mim. Estar cá para amparar as quedas deles, como eles ampararam as minhas. Ouvir os devaneios deles, como eles também ouviram os meus. Lutar por alguém, como esse alguém também lutou por mim. Dar-lhes luz na escuridão, como me deram a mim. No final, isto vai sempre ser um círculo infinito, pois nunca ninguém muda por completo. É um processo contínuo pela vida e, para isso, sei que posso contar com eles, tal como espero que eles saibam que, mesmo achando que conseguem e devem resolver os problemas deles sozinhos, também podem sempre contar comigo para o que der e vier.


O triângulo, o círculo e o triângulo.